Recomendação é avaliar a obra em revisões futuras do plano. Teria um custo de R$ 350 milhões, reduzindo o congestionamento global em apenas 10%
Nesta segunda-feira, dia 11, será promovida a audiência pública de apreciação do relatório final do Plano de Mobilidade Urbana de Blumenau. Em cinco páginas, o documento recomenda avaliar a proposta em revisões futuras do Plano. Seu custo estaria orçado hoje em R$ 350 milhões, representando 50% do orçamento global do Plano, e ainda entre 8 a 10 vezes maior que o custo de uma nova ponte sobre o rio Itajaí-Açu.
A audiência pública é aberta a todos os interessados e está programada para iniciar às 19 horas, no auditório da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde de Blumenau (Etsus), localizada na Rua 2 de Setembro, 1.510, na Itoupava Norte.
O relatório final
O Programa de Mobilidade Sustentável de Blumenau foi desenvolvido pelas Secretarias de Infraestrutura Urbana, Desenvolvimento Urbano e a secretaria executiva do Programa de Mobilidade Sustentável e de Projetos Especiais. O relatório final tem 207 páginas e compilado após o cumprimento de todas as etapas, incluindo as audiências públicas – uma delas no ano passado, com moradores do Bom Retiro.
O documento sintetiza os principais resultados dos estudos, o diagnóstico da condição de mobilidade urbana de Blumenau baseado nos dados e resultados quantitativos oriundos dos levantamentos e as simulações realizadas com o auxílio dos instrumentos de planejamento utilizados. Sugere e recomenda ainda soluções para a gestão dos sistemas de transportes pelo município, envolvendo os tópicos relacionados com a segurança viária e com o controle da operação dos sistemas para o transporte de pedestres, circulação cicloviária, transporte coletivo, circulação viária e de cargas.
Ele está disponível para visualização no site da Prefeitura, no endereço: http://www.blumenau.sc.gov.br/blumenau/audiencias-publicas.
A Ligação Velha-Garcia
O estudo também avaliou a viabilidade Ligação Velha-Garcia, com custo estimado em aproximadamente R$ 350 milhões, com extensão de 4 km, sendo parcialmente executada em túnel.
A Pesquisa “Origem e Destino Domiciliar 2016” mostrou que as principais demandas de mobilidade em transporte motorizado privado nas regiões de Velha e Garcia são com o Centro e bairros localizados no seu entorno, internos a essas regiões. Além disso, as principais demandas da região de Velha são Itoupava Seca, o vale do Ribeirão Garcia e a Escola Agrícola. Por outro lado, relativo a Garcia, tem demanda igualmente importante com os bairros localizados dentro do próprio vale, bem como no bairro da Velha.
A demanda entre esses dois bairros (considerando também os bairros de seu entorno) são contabilizadas em 4.820 deslocamentos diários em transporte motorizado privado.
O tráfego da nova ligação estima-se em 1.400 veículos durante o período de pico da manhã, sendo o impacto superior em sentido oeste, com um total de 840 veículos. Eles têm origem/destino nos bairros do entorno a Velha, Garcia, Água Verde e Escola Agrícola.
A nova infraestrutura mudaria parte do tráfego do Centro durante o período de pico da manhã, reduzindo em média 15%.
Na Hermann e Bruno Hering, essa redução seria de apenas 11%, passando de 1.536 para 1.371 veículos (Veja gráfico em destaque).
A redução dos trechos congestionados em todo o município seria de 11%, tendo especial importância no Centro, com 52% de redução nas seções congestionadas das ruas 7 de Setembro e Presidente Castelo Branco, como se mostra a seguir.
Com base na análise, o relatório aponta que::
► A proposta diminuiria a distância de percurso necessária entre os bairros Velha e Garcia (e entorno), assim como o volume de tráfego de passagem pelo Centro.
► Reduziria em 10% o congestionamento global da cidade e 52% do Centro em termos de veículos-quilômetro no período de pico, no horizonte atual.
► O Centro teria uma diminuição de aproximadamente 15% dos veículos durante o período de pico da manhã (680 v/h), e uma redução de 52% dos vkm em congestionamento.
► A nova ligação vai absorver tráfegos principalmente dos bairros da Velha, Garcia e os seus entornos, assim como dos bairros Escola Agrícola e Vila Nova.
Apesar do impacto notável no congestionamento do Centro do município (redução de 52% dos vkm em congestionamento), o custo de investimento requerido pela infraestrutura é significativamente superior aos outros projetos avaliados no Plano.
Um claro exemplo é a avaliação da proposta da Ponte Norte-Sul sobre o Rio Itajaí-Açu. Em comparação com a ligação estudada, os impactos em termos de redução do congestionamento e captação de tráfego são muito similares, mas o custo de implementação é 10 vezes inferior ao custo da ligação, conforme se apresenta no gráfico a seguir.
Obra para o futuro
E essa foi a conclusão final do relatório, recomendando avaliar a proposta em revisões futuras do Plano. Os técnicos esperam que durante esse período, os avanços tecnológicos permitam uma diminuição do custo de investimento, O custo atual representa cerca de 50% do orçamento global do Plano, e é entre 8 a 10 vezes maior que o custo de uma nova ponte sobre o rio Itajaí-Açu.
Fonte: Consórcio Mobilidade Sustentável.
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