TV VIVER BOM RETIRO: Contamos a história do morador José Fritz, o Seu Geppi

53 anos de amor ao Bom Retiro e por quase três décadas vestindo a camisa da Cia. Hering

Muitos perguntam: quem é aquele senhor cheio de vitalidade que costuma caminhar quase todas as manhãs, bem cedinho, pelo Bom Retiro, sempre com apoio de sua inseparável bengala? O VIVER BOM RETIRO mata a curiosidade. Ele o senhor JOSÉ FRITZ, o “Seu Geppi”, um dos mais antigos moradores da rua Augusto Otte.

O “Seu Geppi” nasceu há 78 anos na Estrada Geral Subida, na cidade de Apiúna. Lá trabalhava na roça, plantando milho, aipim e outras culturas de subsistência. Aos 25 anos decidiu adotar Blumenau com sua terra natal, em busca de uma vida melhor. Com muito sacrifício, comprou uma pequena casa de madeira no final da rua Augusto Otte.

Já era casado e com ele veio sua saudosa esposa, Deodora Fritz – a Dona Dora (in memoriam) e a primeira filha do casal: Rose Maria Fritz, hoje Alves, com apenas dois anos de vida.

 

A origem do apelido

Apesar do sobrenome alemão, o seu José Fritz é descendente de italiano. Ele poderia ter sido batizado com o nome de Giuseppe, mas como nasceu no Brasil, seus pais o registraram como José, o nome abrasileirado. Mas as raízes não ficaram para trás. Ainda na infância, ganhou o apelido de “Geppi”, um verbete derivado do nome italiano.

A oportunidade de ouro na Hering 

Quando chegou aqui, ficou seis meses desempregado. Conta ter sido um momento difícil na sua vida. Sua primeira oportunidade profissional foi como guarda noturno, fazendo rondas de bicicleta pela cidade. Mas a chance de ouro veio com seu ingresso na Cia. Hering. “Fui para o Céu e voltei. Foi a minha segunda casa”, fala com orgulho.

A Cia. lhe propiciou capacitação profissional, inclusive no Rio e em São Paulo. Foram 28 anos na Hering como mecânico, até se aposentar, na década de 90.

Dora, a fiel escudeira

Companheira, sua fiel escudeira por mais de 50 anos.  Ela também trabalhou na Hering, por 12 anos, até se aposentar por invalidez. Lutou, batalhou pelas conquistas da família. Seu Geppi se emociona ao lembrar da eterna companheira.

Voltou às origens, morando por 18 anos na região de Subida. Lá construiu uma bela casinha. Com o passar os anos, decidiram voltar ao Bom Retiro para morar com a filha.

 

 

 

 

 

A dor da perda da filha caçula

E foi no Bom Retiro que nasceu a filha caçula: Roseli, a Lilinha como era carinhosamente chamada. Ela faleceu precocemente de leucemia. Foi na metade da década de 70, próximo de completar sete anos e ingressar na escola. Um duro baque para a família que havia recém construído uma nova casa.

 

 

A rua Augusto Otte 

A rua era muito diferente da atual. Não tinha saída até a rua Tiradentes. Ia até defronte a casa da Família Venzke, terminando num “viradouro” para os veículos que transitavam pela via. Dali em diante era apenas uma picada, onde se passava apenas com bicicleta. Foi então que os moradores tomaram a iniciativa de abrir a estrada no braço.

Seu Geppi recorda que num daqueles dias, a rua foi visitada pelo então deputado Aldo Pereira de Andrade. Ele buscava votos para sua reeleição. O político então garantiu que no dia seguinte uma máquina estaria na rua para concluir a abertura da rua. “Foi dito e feito. A palavra foi cumprida”, recordou. 

Campinho aberto no enxadão 

Outra obra importante na rua foi o campinho de futebol, construído no alto da rua, na base de enxadão. Tinha dimensões quase oficiais, ganhou até grama e traves de madeira de lei, pintadas com muito capricho na cor branca. Para acessar o campo, o caminho era pelo mato, nos fundos da sua casa.

O campinho foi desativado na década de 80 para dar lugar a rua Frei Ernesto Emmendorfer. O terreno ocupado por ele ainda preserva parte de suas características originais. A empresa responsável pela abertura da rua removeu tudo para tornar o solo irregular. Exceção feita ao laguinho que existia no fundo do terreno. Inexplicavelmente ele secou com o passar dos anos.

Lembrança dos vizinhos 

Dos vizinhos que deixaram saudade, relembrou os nomes de Lírio Vitória – o vizinho de lado que faleceu no ano passado, com quem era muito próximo; de Ervino e Arno Venzke; Antônio Rifel; Osni de Souza; Raul Dias; Irineu Wosniak; as Famílias Lang e Coninck, entre outros.

Sente saudades ainda do tempo de convivência com o ex-vizinho Fred Vahldick, mecânico por muitos anos na Oficina Arno Gaertner. Hoje reside no bairro Fidélis, onde os filhos herdaram sua profissão e administram uma oficina própria naquela região.   

 

FICHA TÉCNICA: 

Produção e Roteiro: Giovani Vitória | Jornalista | Editor do VIVER BOM RETIRO

IMAGENS E EDIÇÃO: Raphael Guilherme Moser e Arquivos do VIVER BOM RETIRO e da Família Fritz/Alves

COMERCIAL: Muriele Cristina Moser

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